Museus I.
A cidade não tem, para o meu gosto, museus que nos fiquem na memória. O mais frequentado é o Museu das Memórias de Guerra, onde são expostas todas as atrocidades cometidas pelas tropas americanas e que todos conhecemos por terem sido divulgadas até à exaustão no cinema americano que nunca se cansa de recontar a guerra em que saíram derrotados, e por imensas reportagens na comunicação social. Aqui, nos jardins, tiram famílias inteiras fotografias junto aos tanques, aviões e helicópteros, e ficam ansiosas a aguardar a sua vez de poder posar junto às máquinas de destruição, com ares vitoriosos. Por isso, este Museu é um sucesso. Outro é o dedicado ao grande líder, outro, ainda, é o Museu da cidade e a sensação com que ficamos é que, tal como o Palácio da Reunificação, pertencem todos uns aos outros, como se fossem uma mesma coisa em espaços diferentes.
3. O Museu de Belas-Artes
O Museu de Belas-Artes é uma decepção tamanha. Dois edifícios, um ao lado do outro; um com a exposição permanente de pintura e escultura que em nada nos impressiona; outro, funcionando como galeria ou loja do verdadeiro Museu, tendo, sabe-se lá porquê, dezenas de desenhos de crianças. Quem compraria? Pois não acho resposta. O engraçado é que, em certos museus, temos de deixar todos os nossos pertences em cacifos e não nos é permitido fotografar. Temem o quê?